Xaxado Novo
Cultura tradicional

Xaxado Novo

O Xaxado Novo resgata uma formação tradicional do baião para homenagear grandes mestres da cultura popular brasileira e propor um passeio musical pelas diferentes culturas que contribuíram para a formação da música nordestina, como os povos ciganos e árabes.

Como já dizia Luís Gonzaga - ícone máximo do forró e principal influência do grupo - antes da sanfona chegar no sertão os forrós eram feitos com a rabeca. Para valorizar essa tradição, o Xaxado Novo opta por utilizar o instrumento que tem sua origem no rebab árabe e se difundiu no Nordeste já no século XVIII. Além disso, inova em sua instrumentação ao substituir a zabumba pelo davul, tambor de origem oriental muito utilizado nas festas populares do Leste Europeu.


As apresentações do Xaxado Novo são únicas, não apenas pela originalidade dos arranjos, mas também pelas performances e interações com o público. Formado por músicos pesquisadores das culturas tradicionais, o bando apresenta elementos do imaginário popular brasileiro em seu figurino, cenografia e sonoridades, fazendo referência à estética dos caboclos, vaqueiros e cangaceiros.

Em suas pesquisas, que vão desde antigos temas de sanfonas de oito baixos até o sistema musical das escalas orientais (makams), passando pela dança do xaxado, popularizada pelo bando de Lampião, o Xaxado Novo funde ancestralidades e experimentações, retratando o que há de melhor na cultura brasileira de forma genuína e cativante.

O grupo é composto por Bruno Duarte, Marcus Simon, Felipe Gomide e Davi Freitas.

ENCONTRO DE CULTURAS

Para o Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros, o Xaxado Novo é daqueles grupos de casa, que chega sem cerimônia e bota a rabeca pra soar do início ao fim da visita. Participantes veteranos do evento, em 2016 a participação foi ainda mais especial: foi deles o show de encerramento do Encontro, na Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge, na noite de 30 de julho. Não apenas um show, mas o lançamento do primeiro disco do grupo, Sertão Cigano, que trouxe a energia de ciganos, vaqueiros, andarilhos e cangaceiros ao cerrado da Chapada dos Veadeiros.


"Para nós, a ideia de lançar o disco no Encontro de Culturas serviu para espalhar a semente do Sertão Cigano em um espaço democrático e multicultural, que abrange um público de todas as regiões do país", explica Felipe Gomide. "Frequentamos o festival há muitos anos e toda a inspiração que colhemos nesses encontros também serviram para as composições de nosso disco. Lançá-lo ao lado de grandes artistas, comunidades indígenas, quilombolas e pesquisadores das culturas tradicionais é uma grande honra para os membros da banda, cada vez mais emocionados com as estradas desse sertão cigano".

Sertão Cigano encheu o salão do Cavaleiro com muito xote, baião e xaxado e aquele temperinho do Oriente, como um bom show do Xaxado sempre tem. As músicas autorais do disco, Forró Cigano, O Sopro, Me Embelezo e Pé de Sete estrearam com estilo na vila de São Jorge. Além da apresentação do dia 30 de julho de 2016, o grupo também acompanhou o parceiro Gabriel Levy na noite de 28 e o grande Mestrinho no dia seguinte, 29. Com sua sanfona, Gabriel também participou da gravação do disco, assim como Mário Aphonso III (Arabeste, Orkestra Bandida), no clarinete turco, e o pernambucano Buguinha Dub, responsável pela mixagem.

   

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