Paulo Freire
Cultura tradicional

Paulo Freire

Paulo Freire nasceu em São Paulo, em 1957. A partir de suas experiências e pesquisas que cercam o mundo da viola, o escritor e violeiro Paulo Freire faz uma ligação entre suas músicas e histórias da natureza. O aprendizado de viola no sertão do Urucuia, em Minas Gerais, passa por seus causos musicados, como A peleja do sapo e o veado, O causo do Conselheiro e Receita de pacto.


Após ler Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, Paulo foi para Urucuia, em um povoado chamado Porto de Manga, para, segundo ele "saber qual era o som desse grande sertão". Foi onde aprendeu a tocar viola. Seu mestre, Manoel de Oliveira, Seu Manelim, grande violeiro, morava em Taboca, a três quilômetros dali. 

Dessa época, Paulo relembra: "Convivi com seu Manelim e família, passei algumas temporadas em sua casa. Durante o dia trabalhava em sua roça, e à noite me ensinava viola. Nesta época mexemos com plantio de arroz na vazante. Claro que tive muito mais benefício com o que me ensinou, do que seu Manoel com meu serviço de roça. Nunca havia encostado em uma enxada, mas me esforcei bastante trabalhando a terra. O entardecer tocando viola no terreiro, acordar no inverno e ir para uma fogueira improvisada junto com seus filhos enquanto dona Vicentina preparava o café com biju, ou ficar olhando a roça e deixar o pensamento correr, calaram fundo em minha alma violeira".


Entre suas andanças pelo Brasil, apresentando shows e ministrando oficinas, Paulo continua voltando regularmente a Urucuia, onde faz parte da Folia de Reis local. Segundo ele, "uma experiência fundamental para quem quer ser violeiro".

Paulo retorna de Urucuia a São Paulo em 1980, onde se aperfeiçoa no tocar do violão com Henrique Pinto. De 1981 a 1984, mora para Paris, na França, para estudar com o violonista uruguaio Betho Davesaky.


Em sua discografia estão os álbuns Rio Abaixo - viola brasileira, São Gonçalo, o livro-CD Lambe-Lambe e os CDs Esbrangente, Brincadeira de Viola, Vai Ouvindo, Redemoinho e Nuá - As Músicas dos Mitos Brasileiros.

Paulo também é compositor de músicas - como Bom Dia, que foi gravada por Zizi Possi em 1956 - e de livros, como Eu Nasci Naquela Serra (1996), além de romances e bons causos. 

Paulo Freire participou do Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros em 2011.



   

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