Isaar
Artista popular

Isaar

Carregada de toneladas de Recife na garganta e nos arranjos, Isaar toma a cidade como fonte de inspiração. Pelas ruas, águas e calores dessa panela quente recifense circula seu canto, transbordando uma energia e interpretação ímpar.

Em seu primeiro trabalho solo, Azul Claro (2006), embebida no revigorante caldo cultural das manifestações pernambucanas, a cantora esbanja talento para apreendê-lo, reprocessá-lo e passá-lo à frente.

Imbuída dessa overdose de arte, chega ao segundo álbum em 2009, Copo de Espuma, com realização através do Prêmio Pixinguinha, da Funarte.

Em 2014, a pegada marcante da junção do baixo, guitarra e bateria, presente em seus dois primeiros discos, reaparece acompanhada de um naipe de metais, no terceiro CD, Todo Calor.


Com identidade firmada, única e inconfundível, Isaar está em constante permissão de novos formatos musicais, que adaptem, levem e elevem suas canções e exaltações à nossa cultura. Desde 2015, iniciou formatação que leva aos palcos, acompanhando sua voz e percussão, violão de oito cordas, trompete e trombone, tocados em verdadeira entrega pelos músicos Rama OM, Daniel Ferraz e Deco do Trombone, respectivamente. O trabalho concentra músicas de seus três discos e também de outros projetos que participou ao longo de sua carreira.

Carreira esta que teve início em 1995, com um convite de outra joia da cultura pernambucana, Maciel Salu – filho do Mestre Salustiano –, para sair de baiana no Maracatu Piaba de Ouro. Na época, a artista participava das brincadeiras de Boizinho no Carnaval de Olinda, onde cantava e batucava os instrumentos do Maracatu Rural. Em seguida, passou a integrar a banda Comadre Fulôzinha, com a qual permaneceu entre 1997 e 2004, gravando dois CDs.

Acompanhou ainda Antônio Carlos Nóbrega em seus shows pelo Nordeste, entre 1999 e 2000. E um trabalho que ficou para a história e mantém-se vivo até então, de forma marcante e intensa na música, é a parceria com DJ Dolores nos projetos Aparelhagem e Orchestra Santa Massa, desde 2001. Nestes, Isaar atua como cantora principal e co-autora de diversas músicas. Em 2016 realizou o encerramento das Olimpíadas Rio 2016 com a banda, além de dois shows em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.


Andando o mundo, chegou com seus shows também pela Europa, México, Canadá e Estados Unidos. Em 2006, a faixa Azul Claro, que dá nome ao seu primeiro CD, foi selecionada para a coletânea World 2006 (BBC Londres). No ano seguinte, ficou entre os 25 artistas selecionados pelo “The Rolex Mentor and Protege Arts Initiative”, em Genebra, na Suíça. De 2006 a 2014, a cantora fez parte do grupo Arraial, que acompanhou o escritor Ariano Suassuna em suas aulas-espetáculo pelo interior de Pernambuco - Isaar foi indicada por ele para compor uma cadeira no Conselho Estadual de Cultura.

A cantora e compositora também participou de diversas gravações de grupos e artistas independentes, dentre eles Mundo Livre S/A, Eddie, Siba e a Fuloresta, Lula Queiroga e Cidadão Instigado. Sua voz é facilmente reconhecida também em trilhas sonoras feitas para teatro, dança e cinema, com destaque para sua participação no filme Tatuagem, de Hilton Lacerda, e nas peças Bacantes e Os Sertões/A Terra, dirigidas por José Celso Martinez. Em 2010 teve seu nome em destaque também na dança, com a trilha sonora do espetáculo Leve, premiada pela Apacepe como Melhor Trilha produzida no Estado.

Diante desse histórico diversificado, intenso e de uma entrega íntegra e pura, Isaar monta e é composta por um mosaico de influências, lidando sem amarras com sua música e seu jeito próprio de (en)cantar.

Em 2020, se apresenta no XX Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros, edição virtual, em parceria com o grupo Xambá das Yabás, abrindo o evento.

   

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