Catira de São João D'Aliança
Originário da cidade de São João D’Aliança, o Grupo de Catira Aliança surgiu na zona rural quando São João D’Aliança era apenas um povoado. Segundo os dançadores, ele iniciou-se nas lavouras, nas roças, na época dos mutirões. Quando chegava a luz da lua, todos se reuniam e divertiam-se com a dança da catira.
Nesta época, os grupos não eram formados por nome ou qualquer titulação era dada, já que ali dançavam os que sabiam. Os que não sabiam apreciavam e aqueles que queriam aprender imitavam os bons catireiros. O mundo rural propunha sempre que possível momentos como esse.
O prestígio da comunidade pela dança e a preocupação em repassar a prática de geração a geração, dos principiantes aos mais velhos, foi o que motivou a criação do grupo, mas nem mesmo os catireiros atuais sabem dizer a data precisa de sua criação. As apresentações eram sempre atreladas a festas religiosas, como a do Divino, a de São João, a da Caçada da Rainha e a de Folia de Reis.
Durante anos, os cantores compuseram modas de viola e recortados para a dança, gravaram CDs e fizeram diversas demonstrações por todo o estado de Goiás. Mato Grosso, São Paulo, Minas Gerais e o Distrito Federal foram outros destinos. Participam do Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros desde 2005.
FESTAS TRADICIONAIS
A religiosidade é um ponto forte da comunidade - assim como a maioria dos grupos de cultura popular brasileira - fazendo reverências aos santos protetores das folias. Dentre as festas destacam-se as de São Sebastião, do Divino Espírito Santo e a de Santo Reis.
A Folia de São Sebastião é celebrada no dia 20 de janeiro de cada ano e teve suas origens na Fazenda Extrema há quase um século, onde foi comemorada até 1970. A partir daí, a festa passou a ser realizada na Fazenda Jatobá, onde acontece até hoje. Já a folia do Divino Espírito Santo, chamada popularmente de Folia do Divino, teve início em 1910, na Fazenda Polônia, onde é realizada no primeiro domingo de junho de cada ano. A Folia de Santos Reis, iniciada em 1926, na Fazenda Corrente, é comemorada atualmente na Fazenda Larga, sendo o dia 6 de janeiro a data de seu arremate.
REFERÊNCIAS
VASCONCELOS, Adenilson Moura. Catira: voz popular e performance. 2016.
http://repositorio.unb.br/handle/10482/23280
COELHO, Michelle Franco. São João: a aliança entre o natural e o cultural. 2009.
http://jbb.ibict.br/handle/1/1235
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