O Povo Fulni-ô é conhecido por ser um dos poucos povos do Nordeste brasileiro que mantém viva sua língua mãe, o Yaathê. Ela cumpre um papel importante dentro dos rituais sagrados, principalmente no ritual chamado Ouricuri. Durante esse ritual, que acontece durante os meses de setembro a dezembro, todos os Fulni-ô mudam-se para uma segunda aldeia, permanecendo reclusos até o final da cerimônia.
As músicas tradicionais dos Fulni-ô, as cafurnas, falam do cotidiano, da luta pela manutenção da identidade e principalmente evocam a espiritualidade, considerada elemento fundamental para cura mental e física. A apresentação das cafurnas é sempre acompanhada de danças inspiradas em animais do sertão pernambucano.
Em dezembro de 2019, Ano Internacional das Línguas Indígenas pela Unesco, o selo Agô Ancestralidade lançou o álbum Cafurnas Fulni-ô - Woxtonã Yaathelha Kefkyandodwa Kefte, que significa "Venha ouvir o Yaathe, a nossa língua que vocês nunca ouviram", em tradução livre. O registro inédito de 14 músicas em Yaathê contou com 17 cantores do povo Fulni-ô.