Ana Maria Carvalho é cantora, compositora, atriz e figurinista. Nasceu em Cururupu, no Maranhão, e é irmã de Tião Carvalho, com quem divide as referências das tradições populares maranhenses e a co-fundação do Grupo Cupuaçu (1986).
Está na alma e no corpo de Ana Maria o bumba-meu-boi, tambor de crioula, ladainhas, cantigas, brincadeiras, a ciranda e o cacuriá. Em 2017, lançou seu primeiro álbum, no qual transparece sua cultura tradicional e o amor às raízes: Por mim e pelo meu povo.
ENCONTRO DE CULTURAS
Ana Maria Carvalho participou do XVI Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros, em 2016.
Uma mulher e seu turbante. Saia comprida e colares gritando no peito. A calda da blusa voava junto às fitas coloridas do chocalho. Maria dançou pelo palco como que se movimentando pela vida: rodando, passo curto, pisada forte. Riso na cara, sempre.
“Nas minhas primeiras memórias estão os ensinamentos de amor e respeito à terra, às pessoas e à arte, que eu expressava nas cantigas e cortejos da minha pequena cidade. No balaio das histórias que meu pai, Pepê, e meu avô contavam, encontrei imagens que até hoje preenchem minha alma e fazem com que eu me sinta mais inteira como pessoa”, nos conta ela.
Com o público junto: pulando em larauê, viajando em ladainhas de Divino, seguindo o boi. Misturaram-se em sambas, aqueceram-se em xotes, encontraram-se na ciranda.
“O primeiro passo dessa minha história como artista começou quando eu bordei meu primeiro ponto-cruz. Aí, quando a vida me chamou a experimentar seus horizontes, lá fui eu”, recordou Ana Maria.
O show tinha clima de roda de amigos, com Paulo de Tarso, Marquinho Mendonça, Henrique Menezes Ariel Freire, Gabriel Levy e Cainã Moraes nos instrumentos. Fora os presentes, Ana trouxe várias vezes durante o show o nome de Tião Carvalho, seu irmão, com quem fundou o grupo Cupuaçu, que atua no Morro do Querosene, em São Paulo.
“A vida não nos exige nada, apenas que compartilhemos o que ela nos oferece”. Grande mestra Ana Maria Carvalho.